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Acordar... Dar cor a...

Acordar... Dar Cor a... Acordar pela manhã fria, ouvir lá fora uma chuva que insiste em dançar e cantar uma música de tons fortes, sinto no ar o cheiro daquela torrada preparada entre sorrisos e brincadeiras, tropeço na fita do pijama e tenho dúvidas se de facto já acordei, ou será que é para Dar Cor a? Acordei com aquela vontade de colorir o dia, Dar Cor a momentos, a este filme que chamamos de vida, onde tudo é único, sem ensaios, é pegar num pincel e deixar que deslize ao sabor daquele som que só o coração escuta... Dar Cor a também pode ser olhar no espelho e no meio de cabelos despenteados, sai um grito meio desafinado, um sorriso atrevido, braços no ar, posso ser eu a abraçar o meu novo dia, a Acordar... Dar Cor a um espírito livre que insiste em ser feliz, silêncio... O espelho falou, será que também pode Acordar? Lembro-me de ter encontrado num hotel em Valência um espelho que falava, o da minha casa também emite sons? Será obra da minha imaginação? São aquelas nossas vozes que se expressam da forma mais estranha? Sou eu simplesmente a Acordar, oiço vozes, danço, falo para o espelho, tropeço, delicio-me com aquela torrada mágica, uso aquele pijama sem jeito, é rir de mim e para mim! Depois de uma noite com poucas horas de sono, estes ingredientes meio tolos e espontâneos fazem-me Dar Cor a um dia que acordou cinzento, já acrescentei o azul, um pouco de amarelo, branco, uns traços de verde e uns salpicos de rosa, quando dei conta, aquela tela ganhou forma... Que tela? A de um novo Acordar em que apenas temos de Dar Cor a... Vida! 

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